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Caucasus + Irã

Minha viagem de 1 mês pelos Cáucasus e Irã terminou. Os posts estão sendo escritos no meu outro blog.

2pesnaestrada.wordpress.com

Abaixo o roteiro.

Roteiro final

 
 

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Novo Blog foi criado!!! Continuação deste.

Como pode um blog de viagens pelo mundo se chamar “Africa Trip 2011”? Não poderia nem deveria.

Por isso eu criei um novo blog, com todos os posts deste blog e com a continuação deste blog. Portanto, este é o último post.

Aí vai o link :

www.2pesnaestrada.wordpress.com

Boas viagens!!

 
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Publicado por em abril 11, 2014 em Uncategorized

 

Próxima Parada : “Não países”

Este ano de 2014 terei mais uma boa oportunidade de viajar. Desta vez será 1 mês inteirinho. Desde o leste africano em 2011 que não tinha este tempo, fico até tonto em olhar pro mapa mundi e escolher. Apesar de muitas viagens já feitas, ainda falta muito, e 1 mês passa rápido. Opções não faltam :

– sudeste asiático : falta Myanmar e Cambodja

– sul da África : Mozambique, Botsuana, Zâmbia Malaui e Namíbia

– rota da seda : Uzbequistão, Cazaquistão e outros tãos.

Apesar de todos serem atraentes, a escolha da vez foi a região dos Cácasus, terminando com o Irã. E por que?

Bem, na verdade teve um pouco da influência do Guilherme, que me chamou a atenção para este lado esquecido. Comecei a estudar e gostei do que li. Ele até está ameaçando participar, e o objetivo dele é fazer uma viagem temática. Ele quer conhecer os “não países”. São áreas separatistas, não reconhecidas como países pela maioria dos países.

O momento não podia ser pior, Estamos passando pela crise Rússia-Ucrânia-Criméia, e a bola da vez é a Moldávia, com a região da Transnístria querendo ser anexada à Rússia, assim como a Criméia foi recentemente. Ninguém sabe como vai ser o fim desta estória, mas certamente as perspectivas de um final feliz, e ainda mais à curto prazo são quase nulas.

Pois é, e não é que eu tinha acabado de emitir um bilhete saindo do Rio direto para Chisinau, capital da Moldávia? Parecia um louco, querendo buscar problemas. O que me salvou é que recentemente a Moldávia mudou a política de emissão de vistos para turistas, e simplesmente não os emite mais no aeroporto. Teria que passar em alguma embaixada antes, a mais próxima é no México. Alternativamente, poderia chegar em Bucareste, e tirar o visto por lá, mas corro o risco de perder até 2 dias para isso.

Meu roteiro original era chegar pela Moldávia, ir para a Ucrânia, que pode ser que esteja “fechada” para turismo, e de lá voar até o Cáucasus. Meu ponto de chegada será em Baku, capital do Azerbaijão. De lá pretendo pegar um trem até Tbilisi, capital da Geórgia, e aí sim começar minha viagem temática. Os “não países” a serem visitados são : Abkazhia e Ossétia do Sul, na Geórgia, Cechênia, na Rússia, e Nagorno Karabah, no Azerbaijão (o acesso é feito pela Armênia). Destas 4, somente a Ossétia do Sul é incerta, não sabemos ainda se conseguiremos autorização para entrar.

Ao contrário do “Não Conta lá em Casa”, não temos ajuda nenhuma para a viagem, nem financeira, nem de guias, etc. Vamos ver no que vai dar. Depois vamos por terra até o Irã, onde passaremos os últimos 12 dias. Que tal? Como fica o IFB, Índice de Frio na Barriga, que já expliquei anteriormente? Parece que desta vez vai ser mais alto do que de costume.

A viagem somente acontecerá em agosto, até lá muita coisa pode mudar, mas a passagem já está emitida, né?

 

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Bálcãs : um resumo da viagem

A primeira e mais importante coisa a escrever é que eu adorei esta viagem. Eu tinha uma ideia de, por ter ido a antiga Iugoslávia, era como se fosse um só país. Nada mais equivocado. Excetuando a Albânia, que não fazia parte da Iugoslávia, todos têm uma história, cultura, etnia, religião diferente. Claro que há interseções, como sérvios vivendo na Croácia, croatas vivendo na Bósnia e Herzegovina, e assim por diante. A própria Bósnia e Herzegovina é um caldeirão de religiões e etnias, vivendo (aparentemente) em harmonia. Em Kosovo, com mais 90% de albaneses, só se vê bandeiras vermelhas (albanesas).

Outra coisa a ser escrita e que eu tinha a ideia de que deveria começar pela Macedônia e Kosovo, e ir subindo até finalizar na Eslovênia. Outro erro. Duplamente. Primeiro porque a Eslovênia esteve longe de ser o lugar mais interessante, mais inspirador, mais excitante. E segundo porque logisticamente teria sido bem mais difícil. As conexões, talvez por coincidência, são bem mais fáceis de serem feitas de cima pra baixo. Exemplo 1 : Kotor para Tirana. Se fosse Tirana pra Kotor, acho que nem seria possível fazer um 1 dia. Outro : Berat para Ohrid. Fazer ao contrário, em 1 dia, não é possível. Depois de ter visitado todos os países, posso afirmar que terminar pela Eslovênia teria sido quase que um anticlimax. Isso pra mim. Pra akguns, sem nenhum tom de crítica, a Eslovênia teria sido o ponto alto, depois de um pouco de sofrimento, cansaço, acabar em em lugar lindo, bem organizado seria quase que um prêmio. Aliás, exatamente como escrevi, era exatamente assim que eu pensava antes de embarcar. Mas foi falta de informação mesmo. O que sabia sobre a Macedônia antes de embarcar? Nada.

Considerando o curto espaço de tempo, apenas 16 dias, posso dizer que fizemos milagres de ter visitado o melhor de cada país. Claro que faltaram as cavernas da Eslovenia, os monastérios perto de Novi Sad, na Sérvia, a cidade de Medjugorje na Bosnia e Herzegovina, a própria Croácia, que pulamos, as montanhas de Montenegro, e assim por diante. Mas ficou a certeza de que passamos pelos melhores lugares, e realmente tivemos uma experiencia especial.

Não quis entrar muito na area histórica.Como disse, cada pais tem a sua. O fato é que os otomanos invadiram a região no século XV, e ficaram por 4 séculos. Houve áreas que resisitiram, com o Skandenbeg, heroi albanês, áreas onde eles não entraram, como Montenegro, e assim começaram as diferenças religiosas, com a salada de muçulmanos, cristãos ortodoxos e católicos. Quando a Iugoslávia foi criada em 1929, as coisas começaram a clarear, e definitivamente formou-se uma unanimidade em torno do Marechal Tito, com sua política de não alinhamento durante a guerra fria, conseguiu unir o país todo, e aumentar a qualidade de vida da população. Hoje todos falam com saudosismo daquela época, e lamentam ele não ter conseguido fazer um sucessor. Hoje temos vários países totalmente diferentes, com níveis de desenvolvimento distantes, tensões que claramente persistem e vão persistir por muito tempo. Como disse um funcionário do hstel de Skopje : “É, nós somos muito hospitaleros co os turistas, o problema é entre nós. Aí o bicho ainda pega”. A guerra foi muito sangrenta, e muito recente para ter sido esquecida. Claro que a Macedônia, por exemplo, que conseguiu sua independência sem luta (foi a única) não tem o mesmo nível de animosidade com os Sérvios como a Bósnia e Herzegovina e o Kosovo,que foram os que mais sofreram. Mas certos assuntos são arriscados de se começar, pois nunca se sabe o histórico da pessoa, o que ela pensa, de que lado esta ou estava. O melhor a fazer é ir devagar, e tentar mostrar neutralidade.

Posso fazer um resumo por país, e um resumo das outras coisas gerais. Vamos começar pelos paises.

Eslovênia : como escrevi, é puramente Europa Europa. Tudo perfeito, tudo funciona. Ljubljana é um brinco, mas falta um pouco de alma .Bled tem uma paisagem de sonho, sem dúvida. Depois de tanta intensidade, teria sido quase que um anticlimax deixar pro final. Por outro lado, é a que tem maior infra em todos os sentidos. Não à tôa foi a primeira a ingressar na União Europeia.

Sérvia : pra quem não esperava nada, foi uma bela surpresa. Belgrado surpreendeu pela qualidade da noite, e também mostrou algo interessante de dia. Ajudou termos ficado no melhor hostel da viagem.

Bósnia e Herzegovina : acho que foi o país que mais me tocou. Sarajevo, por sua complexidade, sua história, sua mistura de tudo, e também por termos estado lá no sabado à noite, quando todos estavam nas ruas, foi o ponto alto da viagem. Mostar também impressionou, apesar da chuva e do hostel ruim.

Montenegro : Kotor também tem uma paisagem de sonho. Foi o lugar mais bonito de todos. O mais turistico também. O que salvou é que era baixa estação.

Albânia : Infelizmente não pode ser considerada Europa. Ainda tem muito pela frente, mas considerando o que foi recentemente, já evoluiu muito. Em breve os turistas vão descobrí-la, e se não tiver a infra suficiente, vai ser uma confusão. Mas definitivamente é interessante. Berat é charmosa, um passeio ao passado.

Macedônia : Ohrid foi uma tremenda surpresa, quase no nível de Kotor. Um balneario lindo, à beira do Lago Ohrid, parece uma cidade da Riviera Francesa, ainda mais enfeitada por um forte no alto do morro. Uma graça. Já Skopje foi talvez a maior surpresa da viagem. Isso porque eu não tinha NENHUMA informação, ou melhor, tinha a impressão de que era uma cidade sem atrativos. Saiu muito melhor do que a encomenda. Foi de verdade o fecho com chave de ouro, pra me contradizer mais uma vez sobre a ordem dos países. Em um campeonato de pontos corridos, acho que a Macedônia correu por fora e ultrapassou a Bósnia e Herzegovina na reta final, e ficou com a medalha de ouro.

Kosovo : só fui mesmo pra ver como estava o então segundo país mais novo do mundo, em 2013. Valeu o passeio, mas tem que ter disposição pra perder o dia pra ir e voltar de Skopje.

Vamos à outros tópicos :

Hostels : de uma maneira geral foram bons. Uma decepção : o de Mostar. Os 2 melhores foram o de Belgrado e o de Skopje. Mas dormimos bem, comemos bem, não tivemos qualquer problema.

Comida : a da Bósnia e Herzegovina foi a melhor, mas de uma maneira geral comemos bastante comida local, que é bem carregada de carne. Variamos um pouco, tomamos muita sopa, algumas frutas e chá. Cerveja praticamente todos os dias, pelo menos uma, já que ninguém é de ferro.

Transporte : foram 2 viagens de trem, e o resto de ônibus. Como tivemos que nos mover quase todos os dias, foi um pouco cansativo. No final, não aguentávamos mais. Os ônibus são relativamente organizados (exceto no Albânia), e não tivemos qualquer contratempo.

Tempo : não dá pra reclamar. Só um dia de chuva, e que chuva, em Mostar. Mas mesmo assim fez um pouco de sol, e pudemos tirar nossas fotos. Da metade pra frente esfriou um pouco, e chegamos a quase congelar nos últimos dias. O Weather Channel foi consultado diariamente, já que ele dá previsão de chuva por hora. Felizmente, ele errou muito, e o guarda-chuva só foi utilizado 1 vez.

Companhia : sem muitos comentários. O Khouri é dos melhores companheiros de viagem que conheço. Temos os mesmos gostos, interesses e acresentou muito à essa viagem. Não vou me alongar muito pra não gerar ciúmes em casa, e nem do Leo hehe.

Custos : fora a Eslovenia, que já incorporou o custo de vida da zona do euro, a Albânia tem o custo mais baixo, mas mesmo Montenegro que utiliza o euro (irregularmente, diga-se de passagem) não é tão cara assim. Pode-se dizer que em 2013 é um dos lugares mais baratos para se viajar.

 

Skopje : a Dubai cultural dos Bálcãs

Chegou a hora do último dia da viagem. E deixei para o último dia um passeio por Skopje. Nada mais emblemático para consolidar meu erro de avaliação inicial (chega, já toquei neste assunto várias vezes). Mas também porque Skopje vem se transformando radicalmente, e com fontes desatualizadas por mais de 2 anos, seria mesmo impossível saber de antemão o que está acontecendo.

Bem, existe um projeto de refundação do país em curso. Essa etapa foi batizada de Skopje 2014, porque tem como prazo final estar concluída em 2014. E posso atestar que tem boas chances. Trata-se de uma verba aprovada de 208 milhões de euros, que muitos dizem poder facilmente (já conhecemos um pouco disso, não?) em 500 milhões de euros (só 2,5 vezes??). Estão construindo prédios governamentais, museus, hotéis, estátuas, pontes, teatros, casa de opera, até um arco do truinfo novinho em folha. Tudo isso em um raio de menos de 1 km. A maior parte já está pronta. Destaque total para a estátua de Alexandre o Grande, com 22 metros de altura (ou seria altitude?), no meio da Macedonia Square. Do outro lado do rio, uma estátua com a mesma altura, do seu pai, Philip da Macedonia. Duas pontes novíssimas, com várias estátuas de bronze, prédios enormes estilo neo clássico, enfim um verdadeiro arsenal de atrações para as lentes dos ainda pouco turistas que frequentam a capital. No painel instrutivo feito para os turistas, há 45 atrações do projeto, 31 delas já inauguradas, e as outras em construção.

Estátua de Alexandre O Grande

Estátua de Alexandre O Grande

Macedonian Gate

 

Museu Arqueológico e uma das pontes novas

Museu Arqueológico e uma das pontes novas

 

Monumentos, ponte de pedra e fortaleza ao fundo

Monumentos, ponte de pedra e fortaleza ao fundo

E por que a comparação com Dubai? Ora, quem admira em Dubai o que o dinheiro pode construir, mesmo sabendo que é tudo novo, não tem problema em admirar todas essas novas atrações. É fato que em 26 de julho de 1963 um forte terremoto atingiu Skopje, matando mais de 1.000 pessoas, e destruindo mais de 80% da cidade. Então alguma reconstrução era justificável, mas talve não neste montante de verba. Conversando com alguns macedônios, fica claro que por um lado eles reclamam que o dinheiro poderia estar sendo gasto em outras coisas mais prioritárias, considerando que a Macedônia ainda não é Europa Europa. Mas certamente eles deixam escapar um grande orgulho em mostrar a história do país para os estrangeiros de uma forma grandiosa. Outro fator é a já falada encrenca com a Grécia por conta do nome do país. Tudo isso deve atrair mais atenção e turistas, e com isso mais simpatia pela causa da Macedônia. 

O resultado final é, apesar de todas estas considerações, muito positivo. Realmente, independente de gostar ou não de tudo estar sendo feito ao mesmo tempo, deve-se admitir que é diferente, e por isso admirável do ponto de vista do ineditismo (cultural).Bem, passando pelo centro, existe um bairro turco do outro lado do rio bastante agradável, bem típico, com suas ruelas de pedra, suas lojas de produtos árabes, seus cafés e restaurantes de kebabs. Não poderia deixar de existir um forte no alto de um morro, uma mesquita e uma igreja grandiosas. Outro fator que chama bastante a atenção é que todas, todas mesmo, as avenidas, têm 3 faixas de carro de cada lado, com um canteiro florido no meio, isto é, são bem largas. E para enfeitá-las, ônibus de 2 andares iguais aos de Londres se misturam ao tráfego. Isto mesmo, ônibus de linhas regulares.

Õnibus londrinos e avenidas largas

Õnibus londrinos e avenidas largas

Para fechar com chave de ouro, o Aeroporto Alexandre o Grande, estalando de novo, e mais uma vez nos deixando babando de inveja.

Novíssimo Aeroporto Alexandre o Grande

Novíssimo Aeroporto Alexandre o Grande

Será que Skopje pode se reinventar como destino turístico? Primeiro depende do gosto do freguês. Gostei do que vi, uma cidade segura, arrumada, cheia de atrações novas e antigas, povo acolhedor, enfim, um lugar para não deixar de ir em uma viagem aos Bálcãs. Existe desde a época da Iugoslávia uma highway que vai de Atenas até Viena, passando por várias capitas dos Bálcãs, uma delas Skopje. Isso pode ajudar, considerando as outras estradas que pegamos no caminho.

 
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Publicado por em outubro 10, 2013 em Balcans, Bálcãs, Macedonia

 

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Kosovo : nasce um país

Hoje acordei cedo e parti decidido a conhecer um pouco do Kosovo. Kosovo foi arrancado a fórceps da Sérvia numa guerra sangrenta, que só acabou quando a ONU decidiu finalmente bombardear Belgrado, pondo fim a um conflito que não tinha perspectiva de terminar bem. Foi reconhecido como nação em 2008, se tornando então o país mais novo. Em 2011 nasceu o Sudão do Sul, tirando de Kosovo pelo menos até 2013 o título de país mais novo. A Sérvia até hoje não reconheceu o Kosovo, e esta novela ainda vai durar um tempo.

O ônibus de Skopje para Pristina gasta 2 horas para percorrer os 85 kms. Isso porque tem que passar por 2 imigrações, e ainda faz algumas paradas para pegar e largar passageiros. Além disso a estrada é estreita, e o trânsito é intenso. Na região da fronteira, muitas montanhas, depois é bem plano. Aliás, o Kosovo é um país plano cercado por montanhas.

Chegando lá, imediatamente comprei meu bilhete de volta, e parti para o centro, sabendo que tinha cerca de 3 horas para passear. Passei pelo Boulevard Bill Clinton (tem até um monumento com uma estátua dele), e cheguei à Avenida Madre Teresa. É um calçadão novo, espaçoso, cheio da bares, restaurantes e bancos, todos estalando de novos, recém construídos. As pessoas super bem arrumadas, e alguns soldados da missão da ONU. Tinha uma estátua de Ibrahim Rugova, herói albanês, primeiro presidente do Kosovo, que tinha sido inaugurada há 1 semana. Os kosovares faziam fila pra tirar foto dela ou com ela. Em 3 horas, dá pra ver tudo e mais um pouco do centro de Pristina. Deu pra ver também que há dezenas de grandes prédios em construção, há dinheiro vindo de todo lado, e realmente o país esta numa grande mudança. Em alguns anos, será bem diferente, e foi interessante pelo menos presenciar uma fase desta construção (ou reconstrução, como queiram). A grande maioria da população e de origem albanesa, e a bandeira da Albânia esta por toda parte.

Kosovo - nasce um país

Kosovo – nasce um país

Calçadão reconstruído de Pristina

Calçadão reconstruído de Pristina

Estátua do Bill Clinton

Estátua do Bill Clinton

Cheguei de volta a Skopje às 4:15, e logo encontrei o Khouri no centro de Skopje. Surpresa : Skopje parece uma especie de Dubai cultural. Eles simplesmente estão construindo monumentos grandiosos em quantidade, estátuas mais altas que um prédio de 8 andares, museus, pontes, igrejas, mesquitas, etc. Rodamos bastante, mas já estava escurecendo, amanhã vai dar tempo de ver com mais calma, antes de irmos pro aeroporto.

Um detalhe sobre a Macedônia : ela tem condições, mas nao tem chançes de entrar para a União Europeia. Isto porque a Grécia nao aceita que ela utilize o nome Macedônia como do país, pois a Macedônia é uma região grega, assim eles consideram. E eles têm poder de veto no acolhimento da Macedônia pela UE. Mais uma encrenca sem data para acabar.

 
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Publicado por em outubro 9, 2013 em Balcans, Bálcãs, Kosovo, Macedonia

 

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Viagem pela Macedônia e chegada à Skopje

Depois de um dia de cão, tão cansativo, merecíamos uma noite bem dormida. Por isso, pegamos o ônibus das 10:15 para Tetovo. Lá visitamos uma pequena mesquita, chamada Colorful Mosque, em estilo barroco, que foi projetada por 2 mulheres ,então tem um visual todo especial. Na verdade a parada não valeu muito à pena, pois era domingo, a cidade estava morta, e nós ja estávamos mais e querendo é chegar em Skopje.

Tetovo - Colourful Mosque

Tetovo – Sarena Djamija – Coloured Mosque

Pegamos outro ônibus e chegamos em Skopje às 4 da tarde. Fomos para o hostel, que é excelente, rivaliza com o de Belgrado como o melhor da viagem. Cansados, resolvemos comer num restaurante perto do hostel e nem saimos pra ver nada. Mas deu pra perceber que a cidade tem avenidas largas, e é super bem organizada. Amanhã vamos nos dividir pela primeira vez. O Khouri sentiu o cansaço do ritmo, e disse preferir não ir à Pristina, no Kosovo, como tínhamos planejado, prefere ficar em Skopje mesmo. Eu decidi ir assim mesmo, já que estou curioso pra ver como é, e desconfio que não vou ter outra chance tão cedo.

Um detalhe. Este hostel é excelente, conseguiu bater o de Belgrado na linha de chegada, pois seu café da manhã parece o de um hotel 4 estrelas, tem pudim de chocolate, nutela, e outros mimos, alem do cardápio de praxe. O staff também é super prestativo, nos ajudam em tudo, com informações, opiniões dicas de restaurantes (não erraram uma). Como diria uma amigo meu paulista : eu rrrecomendo!!!

 
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Publicado por em outubro 8, 2013 em Balcans, Bálcãs, Macedonia

 

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Ohrid : pérola do Bálcãs

Gostaria imensamente de saber qual a razão de um ônibus ter o horário de 4:45 da manhã. Quanto mais quando é o único do dia entre 2 cidades. Pois esse foi o horário do nosso ônibus de Berat para Pogradec, última cidade da Albânia antes da fronteira com a Macedônia. Por isso madrugamos às 3:50, com uma temperatura super agradável, quase zero grau. Tomamos um rápido lanche, e fomos para a praça central de Berat, onde o ônibus deveria estar. Isso porque na Albânia não existem estações de ônibus. Em Tirana, por exemplo, dependendo da direção que o ônibus vai, o ponto de saída é um diferente. Aliás, tivemos sorte em Tirana de termos chegado às 9:45 para pegar o ônibus das 10, pois ele já estava na rua, isso mesmo, saiu 15 minutos antes.

No caso de Berat, chegamos às 4:35, e ele saiu às 4:38, isto é, quase perdemos o ÚNICO ônibus do dia. Uma coisa que faltou dizer sobre a Albânia é que o ditador Enver Roxha, que governou o país com mão de ferro por 40 anos, construiu cerca de 700.000 bunkers de concreto. Ele tinha medo de uma invasão de uma super potência. Era 1 bunker para cada 4 albanês, e pesava 5 toneladas, e parecia um congumelo. Pra provar a eficiência do projeto, o engenheiro tinha que ficar dentro do bunker, e ele sofria um ataque teste de um tanque. Caso ele sobrevivesse, é porque estava aprovado. Vimos alguns destes perto das estradas. Hoje eles são uma dor de cabeça para os agricultores, pois não há como removê-los.

A viagem correu bem, e às 9 da matina já estávamos em Pogradec. No nosso ônibus tinha uma neozelandesa Gabriele e um americano Ben, que também estavam a caminho de Orhid. Então dividimos um taxi até a fronteira. Cruzamos à pé as 2 fronteiras, e entramos na Macedônia. É nessas horas que é bom viajar com pouca bagagem, pois queríamos visitar um monastério perto da fronteira, e tivemos que caminhar. Sorte que o tempo estava bom, e o papo também. Mas logo passou um ônibus, que nos levou até lá.

 O Monastério de Sveri Naum fica na beira do Lago Orhid. O lugar já é lindo sem o lago, colocando um lago com água azul claro no fundo, imaginem a fotografia. É de ganhar prêmio em algum concurso. Ficamos por lá por umas 2 horas. No monastério propriamente dito não pudemos entrar, mas há uma igejinha no pátio, e mais 2 nos jardins. Foi foto que não acabava mais. Depois arranjamos um taxi que nos levou até Orhid.

Sveti Naum

Sveti Naum

Orhid é um balneário super hiper arrumado, parece a Búzios da Macedônia. Tem uma cidade velha, claro que com piso e casas de pedra, subindo morro acima. Mas a costa é que chama mais ainda a atenção. Bares e cafés à beira do lago, com água azul turquesa. Vai-se caminhando pela beira do lago, passa-se por uma passarela de madeira sobre a água, depois sobe por uma escada morro acima, onde primeiramente tem uma igreja super charmosa, depois uma mini floresta, até culminar com o já tradicional forte em cima do morro. Não preciso nem dizer que lá de cima a vista é maravilhosa. Ohrid empatou com Bled pelo vice campeonato do lugar mais bonito desta viagem. Perde pelo imbatível Kotor, mas não é demérito nenhum.

Ohrid

Ohrid – de baixo

Ohrid - de cima

Ohrid – de cima

Ohrid

Ohrid – de lado

Fomos jantar com a Gabriele e o Ben. Comemos em um restaurante típico macedônio, o papo rolou solto, mais com ele, pois ela é meia criançona. Ele já tinha ido a Brasil, já morou na Croácia, fala bem o idioma. Falamos principalmente sobre política, história e cultura do Bálcãs, mas passamos também por política brasileira, e como não podia deixar de ser, americana.

Não podia deixar de mencionar o nosso hostel, excelente. O cara era um verdadeiro viciado em apostas de jogos de futebol. Passava o dia todo com um olho na tela do computador e outro na televisão, onde assistia os jogs ao vivo em sequência. O hostel, é claro, ficava em segundo plano. Por isso não tirou nota máxima, mas mesmo assim tivemos boas convesas sobre a vida dos Bálcãs, entremeada por papos sobre futebol (Flamengo era assunto proibido).

 
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Publicado por em outubro 7, 2013 em Albânia, Balcans, Bálcãs, Macedonia

 

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Berat : uma volta ao passado

A última noite no hostel de Tirana foi muito legal. Depois de jantarmos fora, voltamos para o hostel, onde estava rolando um tipo de sarau. Uma galera tocando todo o tipo de música (até bossa nova), com vários albaneses batendo ponto. O ambiente era mesmo especial. Foi de longe a noite mais fria da viagem. Tive que levantar de madrugada, no escuro, pra botar a calça jeans e o casaco, se não eu iria literalmente congelar.

Pela manhã tomamos o ônibus para Berat. Na saída da cidade, deu pra perceber que na véspera tínhamos estado na parte mais rica e desenvolvida da capital. Porque logo ficou claro a grande quantidade de prédios novos, tipo Minha Casa Minha Vida (por isso a grande quantidade de lojas de móveis). Além disso, ainda não sei o motivo, chamou a atenção a sequência de postos de combustíveis e de lavagens de carros. Mais me pareceu lavagem de dinheiro.

Tirana - constrastes

Tirana – constrastes

Na estrada, a paisagem era bem rural, e bem pobre. Decididamente a Albânia faz parte do Terceiro Mundo, ainda longe de ser qualquer coisa que lembre a Europa. Como a situação esteve muito ruim por muito tempo, a enorme quantidade de albaneses morando fora e enviando dinheiro para os parentes traz seu impacto nas construções. Primeiro porque há uma grande quantidade de edifícios pela metade, com a construção parada mesmo, fruto da recessão em outros países, que. afeta este fluxo de dinheiro para dentro do país. E outra coisa que chama a atenção é o número de hotéis novos construídos no meio do nada. Com certeza não há demanda e nem dinheiro para ocupá-los.

Bem, após quase 4 horas, chegamos à Berat. É uma cidade museu, com suas casas brancas construídas ao longo dos morros ao redor, ruas de pedra, um forte no alto de um dos morros, chamado Kalasa, com uma vista fantástica para o vale. Claro que subimos até o forte (subida bem pesada) para tirarmos fotos. Havia pelo menos 3 noivas tirando fotos à carater.

Berat

Berat

Kalasa - a citadela no alto do morro

Kalasa – a citadela no alto do morro

Vista da Kalasa

Vista da Kalasa

No final da tarde, fomos para a rua principal ver um verdadeiro vai e vem, acho que de todos os moradores da cidade. Incrível!! Os mais velhos estavam de terno e gravata, parecia que iam à algum evento especial. Os adolescentes em seus grupos, fofocando, azarando, as senhorinhas também bem vestidas, enfim, parecia um dia especial. Mas o dono do nosso hostel nos disse quené assim mesmo, não há nada de mais. E após o nosso excelente jantar, antes mesmo das 9 da noite, não havia mais uma alma viva na rua. Por falar no jantar, uma sopa de legumes, um macarrão, um chopp e sobremesa : 5 euros. Sem comentários.Apesar do frio de Tirana, nada se comparou ao frio desta noite. Além de eu ter saído até de  luvas, dormi com tudo que eu tinha de roupas quentes, e mais 3 cobertores.não há calefação nesta região da Albânia.

 
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Publicado por em outubro 5, 2013 em Albânia, Balcans, Bálcãs

 

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Tirana : o pacote surpresa dos Bálcãs

Fiquei incorfomado com a falta de transportes entre Kotor, em Montenegro e a Albânia. Fica tão próximo da fronteira, menos de 100 kms. Para chegarmos à Tirana, teríamos que pegar 4 ônibus. Um de Kotor para Bar, às 7:38 da manhã, outro de Bar até Uncijn, a última cidade de Montenegro antes da fronteira, depois um de Ulcijn até Skoder, primeira cidade albanesa, e o último de Skoder até Tirana. E Skoder, existe uma fortaleza para visitar, mas não parece ser nada imperdível. De qualquer forma, mesmo sem visitar a fortaleza, a previsão era de chegarmos à Tirana lá pelas 5 da tarde. Quase 10 horas de viagem para cobrir pouco mais de 220 kms. Acho que é um dos motivos pelo qual os turistas que vem descendo pelos Balcãs param em Montenegro, e não visitam a Albânia.

Quando descemos para jantar com o Henk, ele tava conversando com um esloveno. Este esloveno, o Marko, estava com sua namorada viajando de carro rumo à Albânia, e no dia seguinte iria para Tirana. Ele ofereceu carona, mas disse que pela manhã cedo ainda iria com a namorada visitar um local perto de Kotor. Nos disse que sairia lá pelas 10.

Grande dilema : seria ótimo pegar uma carona de carro até Tirana, mas nós tínhamos acabado de conhecer o cara, e se ele mudasse seus planos de uma hora pra outra? Só tínhamos aquele ônibus da 7:38 da manhã. Qualquer das opções representava um tipo de aventura. Decidimos correr o risco e esperar por ele às 10.

E não é que ele apareceu em ponto às 10. Meia hora depois estávamos na estrada. O cara era gente finíssima, sua namorada japonesa (que combinação!) também. Fomos meio apertados no banco de trás pela quantidade de bagagem, mas acho infinitamente melhor do quena outra opção. Resumo da ópera : a viagem durou 5 horas, com direito à parada para fotos, e um lanchinho.

Sveti Stefan - ilha chique em Montenegro

Sveti Stefan – ilha chique em Montenegro

A primeira impressão que tivemos da Albânia foi que é uma zona total. Se fora a Eslovênia, que já tinha classificado de Europa Europa, e os outro países ficavam no meio do caminho, a Albânia está longe disso. A estrada é uma zona, gente atravessando como se estivesse numa rua de pedestres, carros que param em qualquer lugar, enfim, lembrou um pouco certas regiões do Brasil.

Fortaleza de Skoder - Albânia

Fortaleza de Skoder – Albânia

Chegando perto de Tirana, começamos a notar muitas construçoes de lojas novas, muitas, e repito, muitas delas de móveis. Chamou ossa atenção. Todo mundo sabe que durante décadas a Albânia foi um dos países mais fechados do mundo. Mesmo na guerra fria, eles não se alinharam com ninguém, e a qualidade de vida sempre foi a mais baixa da Europa. Claro que depois que caiu a Cortina de Ferro, as coisas começaram a mudar, inclusive na Albânia. Mesmo assim, nossa expectativa era ver um país bem mais atrasado do que os outros, vivendo décadas de diferença.

Mas chegado em Tirana, tivemos uma surpresa, misturada com frustração. A cidade tem muitas, mas muitas construçōes novas, inclusive no centro. Na Praça Skandenbeg, centro nevrálgico da capital, já se nota a construção de prédios enormes e modernos, que não combinam em nada com os prédios e monumentos atigos. O trânsito lembra muito o nosso, primeiro porque há carros em excesso, e depois  porque a galera aqui não é chegada a respeitar as leis. Estacionam em qualquer lugar, buzinam sem parar, avançam sobre os pedestes, enfim, nada do que já não estivéssemos acostumados.

Tirana - Skanderbeg Square

Tirana – Skanderbeg Square

Mas devo confessar que o padrão de vida aumentou bastante, além de muitas Mercedes e outros carros de marca, muita gente arrumada e muitas boutiques ocidentais. Bons restaurantes, bares e cafés. Enfim, uma grande cidade, com tudo o que tem direito. A frustração ficou por conta de não termos visto a Albânia de 20 anos atrás.

Museu Nacional de História

Museu Nacional de História

Demos uma oma volta pela cidade, visitamos os principais monumentos, que estão concentrados perto daquela praça, inclusive passamos pela Rua George W. Bush. Para completar, vimos a monstruosidade que é a pirâmide projetada pela filha do Enver Roxha, que era o Museu Enver Roxha, que claro está desativado.

A pirâmide

Galera subindo na pirâmide

 
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Publicado por em outubro 3, 2013 em Albânia, Balcans, Bálcãs

 

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